A inovação saiu do coração da Brisa e assumiu um carácter de internacionalização. Eis o mote que deu origem à A-to-Be, empresa do Grupo Brisa que assume todo o negócio tecnológico da companhia e o trabalha também para chegar a novos mercados além-fronteiras.
Foi partindo destas premissas que surgiu a mais recente conversa no âmbito do projeto Future Enterprise Show, organizado pela IDC Portugal com o apoio da Nova IMS e da Nexllence. Frederico Vaz, Chief Technology Officer na A-To-Be powered by Brisa conversou com Fernando Bação da Nova IMS e Gabriel Coimbra da IDC, sobre a empresa e os desafios que vai enfrentando. Mas começou por falar do seu percurso profissional: “Para mim o mais importante é gostar daquilo que estamos a fazer, a partir daí, tudo é muito mais fácil. Considero ainda que ter as pessoas certas a trabalhar connosco faz também toda a diferença porque o trabalho depende muito de saber com quem estamos a trabalhar.”
O segredo do sucesso a nível da sua carreira profissional poderá ainda passar por duas outras características: “ (…) A forma como olho para os desafios que me são apresentados e a capacidade de adaptação num mercado com diferentes oportunidades que surgem dentro das organizações quase diariamente”.
Frederico Vaz começou por trabalhar no Grupo Portugal Telecom, passando depois para o Grupo Brisa onde contribui “ (…) para a dinamização do ecossistema de mobilidade global”.
A A-to-Be é uma empresa relativamente recente, que faz parte do Grupo Brisa e tem a missão de internacionalização “ (…) criando e fazendo negócio fora do Grupo Brisa e fora de Portugal”. Ainda assim, não deixam de ser “o braço tecnológico do Grupo, pelo que temos a missão de desenvolver tudo o que seja tecnologia para servir o cliente final das diferentes empresas”. Esse trabalho vai desde a tradicional Via Verde até aos sistemas e tecnologia “que os meus colegas no Grupo usam para operar as autoestradas e fazê-lo de uma forma eficiente”.
Em matéria de internacionalização, atualmente a A-to-Be está “Mais focada no mercado americano, com presença em 10 estados e com algum sucesso”, refere o seu CTO. Nos EUA, o objetivo é “exportar as componentes mais maduras, ou seja, os sistemas que temos nas praças de portagem como as máquinas para pagar automaticamente ou o sistema idêntico à via verde, por exemplo”.
Em matéria de mobilidade é difícil prever o futuro a 5 ou 10 anos, mas Frederico Vaz sabe que “ (…) a forma como nos movemos tem vindo a evoluir rapidamente e no Grupo Brisa temos acompanhado esse movimento permitindo às comunidades ter uma capacidade de movimentação com mais sustentabilidade e mais segurança”.
No Grupo “Temos investido bastante na mobilidade elétrica e em toda a rede brisa há sempre um ponto de carregamento disponível para veículos”. Diz este responsável que a ideia é garantir uma “mobilidade mais simples, sustentável e segura”.
Frederico Vaz acredita ainda que nos próximos anos, o setor dos transportes poderá vir a tirar partido de tecnologias como a inteligência artificial, ou as plataformas “ (…) mais preditivas e não tanto preventivas como é o caso de hoje”. Finalmente, “A cloud terá um papel fundamental, permitindo ter acesso a tudo, em qualquer lugar e de forma rápida”.
Tendo em conta a realidade atual, a conversa não poderia fugir ao tema central que tem a ver com a contratação de talento e que Frederico Vaz assume terem de enfrentar também na A-to-Be: “Até à data de hoje, temos recorrido a recursos que estejam em Portugal, mas cada vez mais estamos a chegar à conclusão que vamos ter de procurar outro tipo de abordagens.”
Finalmente, antes de terminar ficam conselhos que podem ajudar a orientar os jovens no seu percurso profissional. “Mais importante do que dizer para onde ir é sujeitar a experiências que os possam preparar para o futuro”, acredita o CTO da A-to-Be.
Frederico Vaz está agora a aproveitar os seus tempos livres para ler “The Phoenix Project”, livro que explora o tema dos modelos organizativos e que, para quem está nas áreas de IT, “ (…)tem casos práticos interessantes do que é a realidade deste mundo”.
Mas este responsável deixou ainda outra sugestão de leitura: “O meu icebergue está a derreter”, uma história de uma colónia de pinguins que está perante um dilema importante, num livro com mensagens associadas à mudança.
Fonte: IDC Portugal